segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

O recheio do bolo

Belo Horizonte, 08 de dezembro de 2008

Oi amigo,

Eu disse que não demoraria a escrever, mas... Desculpa! Agora termino de contar sobre o Rafael.

Depois de dizer que não queria me beijar no meio da rua (e depois da minha cara de pau), consegui um beijo. Um beijo que puxou outro... e outro. Nem sei quantos foram! E no meio da rua.

Ah, estávamos na Savassi. Um bairro que serve como ponto de encontro da galera de BH. É lá que estão a maioria das boates gays; é lá que encontramos os emos e todas as outras ‘tribos’ da cidade.

- “Na Savassi a gente pode tudo” – eu insistia antes de beijá-lo outra vez.

Em algumas esquinas mais escuras os beijos roubados davam lugar às mãos mais nervosas que, se aproveitando do breu, escorregavam por lugares mais, digamos, atrevidos!

- “Vamos pra minha casa” – ele disse e completou – “Mas, se tiver alguma luz acesa você não vai poder entrar”.

Nessa hora eu parei e pensei. Fiquei bravo.

- “Não! Se eu chegar até a sua casa você tem que dar um jeito de me colocar pra dentro!”.

Eu estava indo para um lugar que eu não conhecia. Não podia ficar sozinho por lá de madrugada. Se chegasse até a porta, eu iria entrar.

Fomos pela rua cantando, rindo, e, quando dava, trocando mais alguns beijos... Chegamos.

Tudo escuro. Tão escuro que me assustei quando vi alguma coisa parecida com um tapete se mexer. “Isso é um cachorro?” – perguntei sem querer. Não me lembro da resposta. Mas lembro-me do cachorro parado à porta do quarto quando estava saindo de lá.

Como sempre, com sua falta de romantismo, Rafael não caprichou muito nas preliminares. Fomos direto ao assunto. Não me senti culpado. Não me senti sujo como da outra vez que aconteceu isso comigo. Estava lá porque realmente queria (mesmo que eu não soubesse o que eu queria). Não vou contar detalhes da noite... deixo isso por conta da sua imaginação!

Dormimos abraçados... acordamos abraçados...

Era hora de ir embora.

- “Minha mãe acha que fui ao cinema!” – brinquei.

Nos vestimos. Ele não colocou mais do que a cueca. Ainda o questionei, perguntando se ele iria sair assim, apenas de cueca. Ele me respondeu com um sinal afirmativo com a cabeça. Seguiu até a porta do quarto. Deixei que ele fosse à frente, para conferir se havia alguém que não pudesse me ver. Apenas o cachorro que parecia um tapete foi testemunha.

Me levou até a porta do apartamento.

- “Depois nos falamos” – disse.

- “Uhum” – concordei. Dei-lhe um último beijo e saí.

Desci as escadas pensando no que iria acontecer dali pra frente. Saí sem arrependimentos de ter feito nada do que fiz, mas pensei que ele poderia ser um pouco mais romântico comigo...

Não esperava vê-lo outra vez. Pensei que ele tivesse encontrado “alguém para transar”. Isso me fez sentir-me mal com a situação.

No fim da noite ele me liga.

Surpreso, atendi ao telefone. Ele disse que a noite tinha sido boa e que precisávamos repetir a dose.

Desde lá temos nos falado. Ainda não nos vimos, por desencontros, que contarei numa próxima carta.

O que fica em mim agora, é o medo de estar apaixona(N)do!


Até a próxima!

6 comentários:

FOXX disse...

devagar com o andor, moço!
vá com calma pelo amor de Deus!

Antonio de Castro disse...

essa histria m elembrou algo bem familiar

subtrai-se somente um cachorro

sei bem cm eh chegar na casa escura e sair conferindo se há alguem

xx

Rajeik disse...

Como sempre gostei do post,gostei do final tbm.

O bom é que vc nao saiu machucado disso tudo,e nem tao esperançoso,tudo ponderado.

Giga abraço amigo!

Anônimo disse...

ai ai.. Eu adoro cachorros... Eles não falam...

Luan disse...

se apaixone. mas com cuidado. pq esse tipo é perigooooso.

bracao.

Rajeik disse...

Ei?

Tah faltando post aqui.

rsrsr!

publica que to curioso!

=P

abração Amigo!