terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Ressaca de Carnaval

Belo Horizonte, 19 de fevereiro de 2008

O carnaval passou. Foi bom. Sem excessos, sem pegação, sem beijo na boca, mas, ainda assim, foi bom. Foi impossível não me lembrar de duas pessoas e, consequentemente, duas decepções. O Gar ( fez um ano que a gente se “conheceu”), e o Junior (quando me dizia “Se você não puder passar o carnaval viajando comigo, eu vou ficar aqui em BH com você”). Mas isso é assunto pra outra carta... Prometo que conto sobre os dois, mas o que quero contar hoje é sobre o pós-carnaval.

Logo que cheguei de viagem combinei de sair com um amigo. Iria apresentá-lo a um bar. A princípio era só isso. Bebemos e – na hora de ir embora – resolvemos esticar o passeio e terminar a noite numa boate. Era minha primeira vez lá. Segunda vez dele. O lugar era mais cheio do que estava acostumado e, sinceramente, não estava gostando muito.

Fui ao bar no segundo piso da boate, e, na volta, me deparei com um homem. Era mais velho que eu. Não era bonito e nem nada atraente. Sorriu pra mim. Eu sorri de volta. Quando me desviei para passar por ele, o cara parou na minha frente. Me beijou. Correspondi. Quando nossas bocas se afastaram, ele sorriu de novo. Eu sorri meio sem graça. Perguntei seu nome e me apresentei sem que ele perguntasse como me chamava. Outro beijo e um empurrãozinho como se quisesse me dizer: “Pode ir, meu filho, deixa o próximo chegar!”. Naquele momento eu percebi que não ia conseguir nada mais que aquilo. Nada que poderia considerar 'sério'. Para minha surpresa.

De volta ao andar de baixo, Nei se aproxima de mim. Dança junto e me beija. Um beijo violento, seguido de danças quase eróticas... Beijos ardentes, mãos que se pegavam... Era novidade pra mim. Sentia vergonha quando ele ousava demais. Não queria chamar a atenção de toda a boate.

Quando olho para o lado, o vejo beijando um outro rapaz. Não podia cobrar nada, nem exigir que ele fosse exclusivamente meu. Mal nos conhecíamos. Fingi que nada acontecia, mas quando ele voltou pra perto de mim, reclamei que não tinha gostado de vê-lo beijando outros caras. “Eles são só pra divertir! Eu quero você” A verdade é que não acreditava naquilo.

Mesmo assim, continuamos ficando. E ele beijando outros, e me beijando. Me senti um palhaço, com a sensação de que todos riam de mim, mas continuei. Estava achando aquilo excitante. Numa das vezes ele me puxou pra perto dele enquanto tentava beijar um rapaz baixo, moreno, bonitinho. Comecei a passar a mão no rapaz junto com ele e, quando eles iam se beijar, eu entrei na frente e beijei o moreno antes dele. Depois o beijei. Depois os três se beijaram. Um beijo triplo! Nunca achei que faria isso um dia. O beijo do baixinho era melhor que o do outro. E eu investi, até que ele teve que ir embora. Depois ainda nos encontramos no banheiro, e eu voltei a beijá-lo. Não me importei com a presença do Nei. Ele não se importava com a minha.

Nei nos convenceu a ir a sua casa. Ele e meu amigo já se conheciam, e disse que só iria se meu amigo também fosse. Fomos os três. Ao chegar, meu amigo se acomodou no sofá e fomos para o quarto. Quando vi a cama, me deu preguiça. Acho que o sono era maior que o tesão, mas ele logo tirou a roupa e começou a me beijar. Também fiquei pelado e transamos. Ele parecia estar gostando.

Enquanto transávamos ele dizia que queria ser meu. Me perguntou se eu queria ser seu namorado. Respondi que talvez. A verdade é que eu nunca namoraria com uma pessoa que ficou com outros na minha frente. Não teria confiança nenhuma nele, mesmo sabendo que ele mudaria ao assumir um compromisso sério.

Dormimos abraçados. De manhã, outra transa e outra vez as mesmas perguntas da noite. Nos levantamos, ele foi tomar banho enquanto eu o esperava na sala. Foi então que me lembrei de que minha mãe poderia estar preocupada comigo. Quis ir embora. Acordamos meu amigo e fomos embora.

Tinha a consciência pesada. Acho que sabia o porquê. Me senti como se estivesse enganando o cara, só por dizer que “talvez” pudéssemos namorar, quando na verdade a minha intenção era de apenas aproveitar, de curtir aquele momento sem me preocupar com o resto. Depois foi que percebi que não enganei ninguém. Se não fosse eu, seria qualquer outro, e creio que qualquer pessoa que transasse com ele teria chances de receber um pedido de namoro. Ele nem sabia meu nome...

Me passou seu telefone, mas ainda não liguei. Nem sei se quero. Acho que não.

5 comentários:

Anônimo disse...

ODEIO TODO ESSE TIPO DE SITUACAO PROMISCUA QUE ROLA NAS BALADAS GAYS.
VEJO Q NAO ESTA NADA DIFERENTE DO QUE ENCONTRO LA EM LONDRES, ME SENTI ASSITINDO A UM EPISODIO DE "QUEER AS FOLK"!
NUNCA FIZ ISSO E ESPERO JAMAIS FAZER:
1-)NAO VOU PRA CAMA COM QUALQUER UM, UM DESCONHECIDO, JA NA PRIMEIRA NOITE;
2-)NAO DIVIDO O QUE E MEU COM NINGUEM;
3-)ODEIO QUANDO ESSES CARAS Q SE ACHAM E JA VAO CHEGANDO PRA ROUBAR BEIJO SE APROXIMAM!

MAS NAO O CONDENO, JAMAIS! FOI VC QUEM PERMITIU ISSO ACONTECER, FOI PQ VCS TODOS CONCORDARAM E QUISERAM. PORTANDO NAO PODEM RECLAMAR...
SERA UMA EXPERIENCIA SEXUAL DE GRANDE VALIA PRA VC, MAS PRA MIM NAO SERVE!

ABRACAO!

PS: JA ESTA LINKADO TAMBEM!

Rafael Calvin disse...

olhas as estórias ein... picantes e transgressoras... eu sou mais tradicional aqui hehehe
mas gostei de ler suas experiências!
Depois quero te linkar, posso?
Abçs
Calvin

Rajeik disse...

Pois é amigo.

Ahh eu só tenho algo a dizer.

Faça o que tiver que fazer,mas faça se quiser fazer e ponto!

Abração!

Adorocê!

Matheus Thumé disse...

Olá!!

Cheguei aqui através do Calvin... Gostei!!

Acho que não haveria condições mesmo de assumir algo sério depois do que aconteceu na boate... Não sei se haveria confiança suficiente.

Quanto ao outro post, tenho uma história parecida, ainda inacabada - e sem beijos... :S Só que a gente se "conheceu" não por acaso, mas num chat... Ainda não sei no que vai dar, mas o melhor é esperar.

Abs!!

Matheus Thumé disse...

Escuta aqui, seu moço!!!

Quando que vais atualizar aqui, hein???

Heheheheh!!

Bj