Creio que, mais uma vez, me precipitei em meus pensamentos. Mais ainda nos meus pensamentos com relação ao Rafael. Sim. De novo ele. Quando acho que vou esquecê-lo, ele surge outra vez. Ele me procura...
Foi assim dessa vez. Eu estava quase esquecendo. Quase, juro!
Sexta-feira. Feriado. Recebo uma mensagem no celular. Ele queria que a gente se encontrasse naquele dia. Naquele dia não dava. Festa de família. Muitas pessoas em casa, e eu não poderia me ausentar. Assim que pude, liguei e contei toda a história a ele. Combinamos que nos veríamos no sábado.
Sábado. Aniversário de um amigo da faculdade. Fomos um grupo pequeno de amigos à casa dele, com planos de voltarmos cedo. Pouco antes das nove da noite, Rafael me liga. Do jeito que as coisas estavam na casa do meu amigo, certamente não sairíamos dali tão cedo. Eu, de carona, teria que esperar até que todos fossem embora. Também não podia manifestar a minha vontade de chegar logo em casa e sair com Rafael.
Só por volta das onze da noite cheguei
Ele me chamou pra irmos a uma boate. Eu teria que ir de carro, por causa do horário. Parece que a Lei de Murphy, como sempre, resolveu me acompanhar. O ônibus da minha amiga demorou a chegar e, perto da meia-noite, minha mãe não me emprestou o carro.
Liguei pra ele. Ele ria do que tinha acontecido. Concordou comigo que se eu fosse de ônibus, chegaria muito tarde ao local. Disse também que tinha tomado “umas” cervejas em casa e que estava com sono.
- “Amanhã eu te ligo, pode ser?” – perguntei.
Dito que sim, vim logo te escrever. Mandei-te a música da última carta. Maysa. A “Rainha da Fossa”. Aquela que sempre tem uma música que se encaixa à sua dor de cotovelo. Ledo engano achar que “ele voltou e comigo ficou pra impedir que a loucura fizesse de mim um molambo qualquer. Voltou, dessa vez para sempre, se Deus quiser”. Mal sabia o que estava por acontecer.
Domingo. Tudo corria normal, embora eu estivesse ansioso pelo encontro com o Rafael. A tarde foi longa, parece que as horas não passavam. Esperava sua ligação enquanto passeava e conversava com Rajeik. O telefone não tocava. Chegando em casa, resolvi ligar.
- “Está em casa?” – perguntei.
- “Ainda estou.” – ele disse.
Eu, surpreso, quis saber o porquê do “ainda”. Ele logo disse que estava saindo. Mesmo que não quisesse saber a resposta verdadeira, perguntei se eu também iria a esse lugar com ele.
- “Não.” – ele disse sorrindo.
- “Não tínhamos combinado de nos vermos hoje?” – questionei.
A resposta foi que eu estivera muito difícil durante todo o fim de semana. E que, “a fila anda”.
Eu fiquei mudo. Ele questionou e eu disse estar perplexo com a notícia. Ele, sorrindo, disse que, depois do que eu disse, era ele quem estava perplexo.
- “Então depois a gente conversa” – disse sem nem me dar tempo pra despedir.
Desliguei o telefone, perplexo. Era a palavra perfeita que me descrevia naquele momento. Maysa cantou novamente em meus pensamentos. Desta vez, ela dizia que “meu mundo caiu”. Estava tudo bagunçado e eu não conseguia outra coisa, a não ser ficar triste.
Confesso que, depois do ocorrido, me encolhi no sofá para ver televisão. Senti um frio repentino e uma lágrima caiu. UMA.
Não sei até onde vai a minha falta de vergonha, mas, na manhã seguinte, mandei-lhe uma mensagem dizendo que dormi pensando no que ele me disse e ainda perguntei se, um dia, ainda teria lugar pra mim em sua fila.
Duas semanas de silêncio. Hoje ele me ligou de novo. Não atendi e enviei uma mensagem dizendo que ligaria no fim da tarde. Liguei e ele não atendeu. Agora estou aqui, te escrevendo e me arrumando pra ir a uma boate com meus amigos. Chega de Rafael, chega de Maysa. Hoje vou sair de casa com outra trilha sonora: “Escute o que vou lhe dizer. Um minuto de sua atenção: Com minha dor não se brinca, já disse que não”.
Depois escrevo mais, pra contar como foi a noite.
14 comentários:
Ai gatuh... é tão triste amar alguém que parece não estar nem aí pra gente néah?... Cansei de passar por isso...
não tenho o que lhe dizer se não apenas... boa sorte...
umBeijo!
***
Odeio isso, ficar na geladeira. Quando querem é só pegar que ta ali conservadinho, não pode deixar, não mesmo.
Abraço
"Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima!". Você pode, tenho certeza disso. Abraço, e adoro vc.
hehehe, vlw pela visita Theo... e suas cartas são mtos boas, fazem mais jus ao nome do seu blog que as minhas... rs
Então, nem sempre são reais, no caso de Bruno e Carlos, eu crio a grande maioria, ou me baseio em fatos que aconteceram ou que eu queria que acontecessem...
te contar um segredinho, essa de um ano deles, é o que eu faria para o meu namorado se ainda estivessemos juntos...
=(
... mas ele já está casado com outro. Abafa!
Talvez esse casal seja um alterego do que eu não fui!
bjão
visite sempre e indica pra galera...
ps.: em julho possivelmente estarei em bh ^^
Adoro blogs como o seu.
Vou reservar minha noite de hoje para ler todo o conteúdo.
Mas passa no meu, add, lê e faz críticas, masmo que duras!
Abraço!
Passa amigo, o blog tá atualizado!
Abração
esse Rafael ta virando um satelite hein?
qlqr dia vou dissertar sobre isso.
bração!
AMIGO ESTOU EXCLUINDO ESTE BLOG CASO QUEIRA SER PARCEIRO DO MEU NOVO BLOG E SO FALAR ABRACOS
Quanto tempo Theo, como esta?
espero que bem, é sempre bom vir aqui, me encanta tuas cartas.
Um forte abraço.
pelo amooooooooooor de Deus!
vamos enterrar esse defunto!
Isso aqui tah parado heinm??
Cof Cof!
poeira!
kkk
Abração amigo!
Belo Horizonte, 17 de agosto de 2011.
Caro amigo,
"caio com Maysa na fossa em francês", verso de tudo se perdeu, música da Paula Toller. Eu em busca da reportagem da Folha de São Paulo que comenta o verso, uma critica da cantora a falta de criatividade musical, me deparo na página de busca do google com um link, 1º link, algo chamativo, diria, As Cartas de Théo. Pensei "Cartas a Théo"? O que terá Vincent Van Gogh com a música da PT? Ainda não sei se o criativo nome do blog guarda relação com o livro escrito pela cunhada de Van Gogh. Terá? Antes de o acaso me assaltar, estava eu em pleno frio do sábado, em fins do inverno escutando Amy. A música? "Just Friends"! Sinatra, Diana Krall e Paula Toller eram a trilha que também estava na minha playlist. Isso pq em dias sozinhos e de frio eu costumo ficar bobo. Não pude deixar de ler a história, está carta, muito bem redigida. Tocante! Também não pude deixar de me identificar com ela. Passei por isso. Chorei uma única e última lágrima. Desvencilhei-me de sentimentos que me faziam mal, não por ser ruins, mas por ser dedicado a quem não merece. Passado um bom tempo estou só. As pessoas já não são tao interessantes. Ou pode ser eu que já não me interesso por elas. Estou só, sem amar ninguém, sem ao menos me encantar por alguém e infantilmente fantasiar namorinhos. É angustiante. Parte de mim está plena, meu trabalho, meus estudos, minha família e meus amigos. Mas às vezes vejo um abismo, um vazio. Tento fingir q não está ali, me escondo, me faço de forte, sorrio pra mim no espelho...cheguei num ponto e não sei no que consiste, também não sei onde vai chegar. Depois de tanto redigir, não sei se estou sendo claro. O fato é que vi ontem uma pessoa, não era o Rafael, era o Gustavo. Estava eu feliz, fazendo compras no shopping e me deparo com quem me enganou. Finalizando, escrevi isso devido a tudo isso que me aconteceu hoje, parece pequeno e insignificante, mas há muito faz parte de mim. Espero que isso passe logo. E como esse post é antigo, espero que para o autor da carta isso já tenha passado. Parabéns pela forma que você fala dos seus sentimentos, é muito difícil escrever isso em 1ª pessoa, ainda mais com lirismo que escreveu.
Felipe Torres Bueno.
Postar um comentário