Oi amigo... Hoje resolvi deixar um pouco de lado os pequenos detalhes de minha vidinha mais ou menos, pra contar um caso à parte – que também não é lá grandes coisas! Tem conselhos que ficam pra sempre, não é mesmo? Olha só:
- "Mauro, permita-se sentir culpa! Cometa erros! Peque! Faça coisas que lhe deixarão com uma terrível sensação de culpa. Sentir culpa é uma coisa única. E ótima!"
Apesar do nome trocado, quem recebeu esse conselho fui eu. De uma mulher que nunca tinha me visto antes.
- "Mauro, permita-se sentir culpa! Cometa erros! Peque! Faça coisas que lhe deixarão com uma terrível sensação de culpa. Sentir culpa é uma coisa única. E ótima!"
Apesar do nome trocado, quem recebeu esse conselho fui eu. De uma mulher que nunca tinha me visto antes.
Peixes são iguais a pássaros
Só que cantam sem ruído
Som que não vai ser ouvido (...)
Só que cantam sem ruído
Som que não vai ser ouvido (...)
- "Me identifiquei com você, Mauro. Nós precisamos cometer pecados juntos..."
Não sei por que, mas também me identifiquei com ela logo na primeira vez que a vi. Agora estávamos ali: ela, eu e mais três amigas, sentada na mesa de um bar, tomando cerveja e dividindo um espetinho de mussarela.
Me senti muito a vontade com ela. Parecia que já nos conhecíamos há muito tempo. Na verdade, temos uma amiga em comum. E só. Ela não mora em Belo Horizonte, mas nossa amiga havia me prometido que, assim que ela estivesse por aqui, iríamos nos conhecer. Depois de algumas correções – em vão – passei a ser "Mauro" aquela noite.
O nome pouco importava. Eu estava tão atento, e tão maravilhado com o que ela me dizia, que nem me lembrava que meu nome não era Mauro. Tudo o que ela disse, me serviu muito. Me fez bem, muito bem, ouvir alguém que nunca me havia me visto antes dizer que acredita que eu posso me tornar uma pessoa ainda melhor do que eu sou.
Ela, em momento algum, me incentivou a fazer nada de errado. Ela não quis que eu matasse alguém, roubasse, ou usasse o 'santo nome de Deus em vão'. Ela me incentivou apenas a fazer. Simplesmente fazer. Ela me mostrou que sentir culpa por uma coisa que você fez é muito melhor do que sentir culpa de nem ao menos ter tentado.
Ela é gay. Certamente sabe que eu também sou, mas, em momento algum, falou nada sobre isso. Não fez nenhuma referência à sexualidade de nenhum de nós. Até mesmo porque, pelo que conheci, percebi que é uma pessoa muito íntegra e, certamente, não iria me expor na frente das outras pessoas.
A proposta era que começássemos a pecar ainda naquela noite... Mas, apesar disso, ela já estava um pouco bêbada. E eu não ficava muito atrás.
Me despedi dela com um abraço apertado e um singelo, mas sincero, "muito obrigado".
- "Mauro, te espero em São Paulo! Vamos pecar juntos lá..."
Disse, antes de completar, de mãos dadas comigo, dizendo que me receberia em São Paulo cantarolando que “é hoje o dia da alegria e a tristeza não pode pensar em chegar”.
Terminei a noite sem nenhum pecado. Acho que até hoje não cometi nenhum pecado também... Mas tô animado a ir pra São Paulo. Quem sabe até mostrar a ela essa carta para que, de alguma forma, ela saiba que seu conselho foi importante pra mim.
(...) Nós morremos como peixes
Com o amor que não vivemos
Satisfeitos?
Mais ou menos (...)
Me lembrei das vezes que senti culpa...
De quando beijei um cara pela primeira vez e pensei em minha mãe o tempo inteiro...
De quando conheci um cara numa boate e amanheci o dia na casa dele...
De quando transei com o Rafa na primeira vez que saímos...
Confesso que, a princípio, a culpa não fez bem. Me senti mal, me senti sujo... Mas, analisando, a longo prazo, vi que não fiz nada de errado e que esses "pecados" só serviram pra eu aprender alguma coisa.
Ela disse que sou muito casto. Muito preso à família e aos que os outros podem pensar a meu respeito. E, com isso tudo, acabo por não viver a minha vida de uma maneira que eu possa aproveitá-la mais, de forma consciente. Faz muito sentido. Muito mesmo!!
Será que pecar é bom ou ruim??
Sei não...mas vou experimentar!
Grande abraço e alguns "pecados".
Até a próxima.
Não sei por que, mas também me identifiquei com ela logo na primeira vez que a vi. Agora estávamos ali: ela, eu e mais três amigas, sentada na mesa de um bar, tomando cerveja e dividindo um espetinho de mussarela.
(...) Voam, águias, pelas águas
Nadadeiras como asas
Que deslizam entre nuvens (...)
Nadadeiras como asas
Que deslizam entre nuvens (...)
Me senti muito a vontade com ela. Parecia que já nos conhecíamos há muito tempo. Na verdade, temos uma amiga em comum. E só. Ela não mora em Belo Horizonte, mas nossa amiga havia me prometido que, assim que ela estivesse por aqui, iríamos nos conhecer. Depois de algumas correções – em vão – passei a ser "Mauro" aquela noite.
O nome pouco importava. Eu estava tão atento, e tão maravilhado com o que ela me dizia, que nem me lembrava que meu nome não era Mauro. Tudo o que ela disse, me serviu muito. Me fez bem, muito bem, ouvir alguém que nunca me havia me visto antes dizer que acredita que eu posso me tornar uma pessoa ainda melhor do que eu sou.
(...) Peixes, pássaros, pessoas
Nos aquários, nas gaiolas,
Pelas salas e sacadas
Afogados no destino
De morrer como decoração das casas (...)
Nos aquários, nas gaiolas,
Pelas salas e sacadas
Afogados no destino
De morrer como decoração das casas (...)
Ela, em momento algum, me incentivou a fazer nada de errado. Ela não quis que eu matasse alguém, roubasse, ou usasse o 'santo nome de Deus em vão'. Ela me incentivou apenas a fazer. Simplesmente fazer. Ela me mostrou que sentir culpa por uma coisa que você fez é muito melhor do que sentir culpa de nem ao menos ter tentado.
Ela é gay. Certamente sabe que eu também sou, mas, em momento algum, falou nada sobre isso. Não fez nenhuma referência à sexualidade de nenhum de nós. Até mesmo porque, pelo que conheci, percebi que é uma pessoa muito íntegra e, certamente, não iria me expor na frente das outras pessoas.
(...) Nós vivemos como peixes
Com a voz que nós calamos
Com essa paz que não achamos (...)
Com a voz que nós calamos
Com essa paz que não achamos (...)
A proposta era que começássemos a pecar ainda naquela noite... Mas, apesar disso, ela já estava um pouco bêbada. E eu não ficava muito atrás.
Me despedi dela com um abraço apertado e um singelo, mas sincero, "muito obrigado".
- "Mauro, te espero em São Paulo! Vamos pecar juntos lá..."
Disse, antes de completar, de mãos dadas comigo, dizendo que me receberia em São Paulo cantarolando que “é hoje o dia da alegria e a tristeza não pode pensar em chegar”.
Terminei a noite sem nenhum pecado. Acho que até hoje não cometi nenhum pecado também... Mas tô animado a ir pra São Paulo. Quem sabe até mostrar a ela essa carta para que, de alguma forma, ela saiba que seu conselho foi importante pra mim.
(...) Nós morremos como peixes
Com o amor que não vivemos
Satisfeitos?
Mais ou menos (...)
Me lembrei das vezes que senti culpa...
De quando beijei um cara pela primeira vez e pensei em minha mãe o tempo inteiro...
De quando conheci um cara numa boate e amanheci o dia na casa dele...
De quando transei com o Rafa na primeira vez que saímos...
Confesso que, a princípio, a culpa não fez bem. Me senti mal, me senti sujo... Mas, analisando, a longo prazo, vi que não fiz nada de errado e que esses "pecados" só serviram pra eu aprender alguma coisa.
(...)Todas as iscas que mordemos
Os anzóis atravessados
Nossos gritos abafados.
Peixes, pássaros, pessoas...
Os anzóis atravessados
Nossos gritos abafados.
Peixes, pássaros, pessoas...
Ela disse que sou muito casto. Muito preso à família e aos que os outros podem pensar a meu respeito. E, com isso tudo, acabo por não viver a minha vida de uma maneira que eu possa aproveitá-la mais, de forma consciente. Faz muito sentido. Muito mesmo!!
Será que pecar é bom ou ruim??
Sei não...mas vou experimentar!
Grande abraço e alguns "pecados".
Até a próxima.
17 comentários:
Entendo suas palavras e principalmente o seu medo de expor os seus sentimentos... é f...quando queremos seguir a vida certinha... ser o exemplo da familia e não querer decepcionar as pessoas... mas precisamos ser feliz e viver a vida e muito das vezes...devemos "pecar", mas vc acredita que gostar de outra pessoa do mesmo sexo é pecar?!?!? a culpas que sentes hoje posso te dizer que milhares de pessoas já sentiram e só se libertaram apartir do momento que se aceitaram e principalmente viu que amar não é pecado e não importa a forma.... e para chegar nesse estágio somente vc conseguirá e sozinho...e lá na frente vai perceber que deveria ter feito isso bem antes....
É isso....
Abs e seja feliz hoje! :-)
Eu também sou um pouco assim, ou totalmente assim, rsrs. Mas como você disse, a culpa serve pra gente ver que poderíamos ter feito diferente, ou não. Mas às vezes é bom controlar nossos extintos, pensar duas vezes antes de agir. Pensar mais com a cabeça de cima, rsrs.
A culpa é inevitável pra tudo aquilo que foge ao conceitos de uma sociedade retrógrada... e toda vez que fazemos algo a primeira vez... sentimo-nos culpados pela opressão... mas é normal... e ao contrário de vc... não acho a culpa nenhum pouco agradável...
***
umBeijo!
eu pequei mt
cansei
to a fim de virar santo!
xx
so p dizer q cai ter ana cañas no premio da multishow!
lembrei q vc me falou sobre ela
xx
Me identifiquei muito com essa carta, e com as situações descritas.
Sabe que olhando por esse lado a culpa não é tão ruim mesmo...
Adoro pecar e confesso que culpa é algo que não tenho sentido ultimamente...rsrsrs
Abraço.
Caríssimo, há muito tempo atrás (eu ainda estava no colegial, imagine), uma menina escreveu o seguinte recado na capa da minha apostila: "Todos os pecados são tentativas de preencher vazios".
Daí acho que tem um pouco a ver. Sempre pecamos porque estamos em busca de algo que não conseguimos pelos modos "convencionais" ou "corretos". Às vezes vem a culpa, mas - como você mesmo disse - é parte do processo de aprendizado.
Além do mais, em algumas das vezes que eu tinha certeza de que estava pecando... sim, eu pequei - mas também ajudei a mudar o dia de algumas pessoas. E para melhor.
Grande abraço!
obrigado pela visita e o comentario deixado.
Só pra deixar registrado...quem nasceu na decada de 70, adorou a de 80...rs rs rs, e realmente, condordo que os anos 90 não foram lá muito bons..
volte sempre...abração
Ps.: gostei do seu blog, da forma como escreve
Adorei as rimas! Bju
Seu post me fez pensar sobre mim, nunca fui ligado a minha família e a nenhuma ideologia fudamentalista, mas nunca "pequei", vontade já senti, mas sempre me foi totalmente rejeitada essa possibilidade.
O que deveria eu fazer?
abço.
tenho preguiça de pecar e isto já é um grande pecado.
Pecado é só uma idéia que colocaram na sua cabeça! o que pra muitas pessoas é pecado pra outras é natural. Afinal quem tem razão? É difícil saber! Não tenho medo do que os outros dizem ser pecado, só tenho medo de deixar as pessoas que amo (família principalmente) sofrerem por algo que fiz!
abraços amigo!
ah...
pecar é bom
mto bom
ow que bom que vc voltou.
e sentir culpa é parte agridoce de tudo que a gente fez.
Serve ate pra viciar.
bjao.
Continue casto meu caro, uma vida com base na promiscuidade não leva à felicidade.
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