sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

"Noite bacana"

Belo Horizonte, 26 de dezembro de 2009.



Olá amigo,

Meu medo se tornou verdade: estou apaixonado! O que eu faço agora?


Rafael tem um jeito diferente, um jeito dele. E isso não é coisa de apaixonado... ou será que é?! Não sei.


Saímos outro dia. À noite. Debaixo de chuva. Iríamos ao cinema, mas eu me atrasei e perdemos a sessão. O jeito foi ir a um bar. Ele bebeu. Eu, motorista consciente, passei o tempo todo tomando refrigerante.


Ainda não tínhamos trocado nenhum beijo desde que nos encontramos. Vontade não faltou. Faltou coragem. Não sei, mas aquela situação era estranha pra mim. Fiquei sem graça em beijá-lo. Ele, por sua vez, também não me deu nenhum sinal de que queria que eu o beijasse.


- “Pra onde vamos agora?” – ele me perguntou.


Sugeri que ficássemos andando de carro por aí, já que nós dois estávamos sem dinheiro para gastar, era dia de semana e os dois tinham que dormir cedo!


- “Podemos ir pra um lugar afastado e namorar no carro” – brinquei.


Pagamos a conta e saímos meio sem rumo. Acabamos na Praça do Papa, disputando um lugar isolado com os outros carros, tentando encontrar um lugar para fazer o mesmo que todos que estavam lá em plena meia-noite de uma quarta-feira chuvosa: namorar no carro.


Antes de chegar a Praça, passamos em um posto para eu abastecer o carro e ele abastecer o estoque de cervejas. Foram mais quatro.

O beijo em um sinal vermelho foi o sinal de que Rafa queria o mesmo que eu. Ele, apesar de seu jeito, demonstra que sente alguma coisa por mim. Baseio-me na seguinte teoria: Não sou o modelo de homem bonito. Se Rafa quisesse apenas sexo, conseguiria com qualquer rapaz mais bonito que eu. Acho que ele sente alguma coisa além do sexo por mim, mesmo que nem ele saiba bem o que é.


Estacionados, começamos um sarro... Mão na mão... mão naquilo... Aquilo na mão... e fomos. Até sermos surpreendidos por um taxista! Levei o maior susto. Pedi o carro emprestado dizendo que iria pra um lugar. Se acontecesse qualquer coisa, estava em um lugar totalmente contrário. Seria difícil dar qualquer explicação.


Depois do flagrante fiquei com medo. Quis ir embora. Ele não gostou muito da idéia, mas, perto de duas da manhã, decidimos que era o melhor a fazer.


Bêbado, no caminho de volta, ele me perguntou se eu já havia pensado em ter um namorado “porra louca, que bebe, fuma e arrota na minha frente”. Eu ri e disse que nunca havia tinha idealizado um cara com essas características, mas disse não me importar com isso.


- “As outras atitudes são mais importantes do que isso” – disse.


- “Então eu vou ser o primeiro?” – ele perguntou.


Não resisti:

- “Você vai ser meu namorado então?”

Rimos e ele desconversou.


Deixei-o em casa. Demos mais uns beijos e continuamos mais um sarro bem rápido! Era hora de ir embora.


Entreguei-lhe uns DVDs que tinha gravado pra ele. Ele disse que, pelos presentes, eu merecia duas fodas bem boas!


- “Depois a gente combina isso, uai...” – respondi


Mais um beijo e eu fui embora.


Antes de chegar em casa, recebo uma mensagem dele no celular: “Noite bacana”.


Muito bacana! Depois dessa ainda teve um outro acontecimento importante, que conto na próxima carta.


Até lá!




PS: 2008 chega ao fim, e eu queria, através desta, demonstrar o meu agradecimento a todos os meus “amigos”, para os quais escrevo estas cartas. Não vou prometer (afinal, propostas de final de ano, geralmente, não funcionam), mas, espero que 2009 continue rendendo assuntos para postagens mais freqüentes que as do ano que passou. É o primeiro reveillon na minha vida de “Théo”. O primeiro de muitos, eu espero. E isso, só é possível graças a vocês, destinatários das minhas cartas. Então, fica o meu desejo: muita paz, muito sucesso e muitas realizações a todos vocês no ano que começa.
Nos vemos em 2009!

5 comentários:

Identidades Fragmentadas disse...

Como Bakhtin, famoso teórico russo diria: "A escrita sempre acaba por constituir os outros". Há falas remissivas em seu post que remetem a outros e a outras situações cotidianas. Creio que atenção é o que deve haver. Rafael me parece uma pessoa do bem e interessada em ti. Mas cuide-se, para que seja cuidado!

Antonio de Castro disse...

consegui ouvir vc dizendo uai

ahauauauauua
e q mania eh essa desse povo se achar feio?!

coisa chata isso d fikr falando q eh feio p lah, feio p cah...

gosto não se discute
se vc naum encontrou mt gente q te axe bonito, há d ter alguem q queira

xx

FOXX disse...

eeeeeeeeita
que bom!
fico mto feliz em saber q vc está sendo correspondido
vc merece mto!

Rajeik disse...

Bom,como sempre gostei do texto né?!
kkkkkkkkk

vc sabe que eu tinha uma opiniao contraria do Rafa no inicio,mas ele tah te fazendo feliz que ja vejo ele como meu cunhado,cê acredita?


Que bom isso,porque torço muito por vc meu grande amigo!


Giga abraço!!!

Anônimo disse...

Ui! Namorar no carro é bom! Aliás: é MARA! bjunda